sexta-feira, 23 de março de 2012

CAP. 10 - Once Upon a time

CHAPTER 10

- Acho que não estamos mortos. - Disse Oliver para mim, o que eu achava bem plausível, eu também me sentia viva, mesmo com aquela floresta sendo toda mística e praticamente impossível de existir no mundo real, contemplando a paisagem, meu irmão continuou - Sabe, se você é uma feiticeira, então isso pode mesmo estar acontecendo...
- Bem, você está certo. Mas como sair daqui? - eu expressei minha dúvida.
- Você é quem tem poderes por aqui. - riu Oliver, eu também ri e me divertindo com a pequena piada foi que a vi, do jeito que nunca havia visto antes, era o rosto da bruxa, porém, com um semblante belo e inocente, será que era uma armadilha?
- Podem ficar tranquilos - disse a moça com uma voz tão bonita e suave que nós desejamos que ela nunca parasse de falar. - Sou eu, meus queridos, a vovó...
Meu coração disparou e sem pensar eu saí correndo, entendi tudo naquela mesma hora: A bruxa havia usado minha avó para amaldiçoar a vila e sugar toda a sua beleza, deixando somente a apática vovó que eu conhecia,
- Foi ela, foi a bruxa não é, vovó? - eu perguntei abraçando-a, mesmo que não parecesse a vovó que morava na minha casa, pelo menos o corpo dela.
- Foi, foi! O tempo todo eu quis voltar para o meu corpo, mas a bruxa me prendeu aqui neste lado do paralelo, não sei voltar, mas encontrei inscrições em um tronco da árvore... estou tão orgulhosa de você, querida... - eu me senti bem e chamei Oliver, contei o que havia acontecido com a vovó e ele sentiu o mesmo sentimento que eu. Seguimos minha avó pela floresta onde,  perto de uma cabana bem estruturada, havia um tronco com muitas inscrições antigas, aquelas que eu havia aprendido com Razar, quando tinha apenas treze, quatorze anos, alí estava descrito a história do paralelo e onde nós estávamos, o tronco dizia que nossos corpos ainda estavam vivos, mas nós estávamos fora dele, dando a qualquer pessoa o poder de possuir nossos corpos para diversos fins, o mesmo que havia acontecido com minha avó. Para sair dalí eu haveria de fazer um feitiço, uns dos mais complicados já vi na vida e, para isso, eu tinha de fazer exatamente no momento em que o sol sai de cena e o céu fica um breu. Tive de correr, pois o sol já estava começando a se pôr.

A bruxa estava caída, a choupana, no subterrâneo da floresta da morte, estava um caos, cadeiras ao chão, prateleiras quebradas, livros caídos, tudo fora de ordem. Razar passou por cima do corpo da bruxa, que estava apenas desacordada, pegou a espada que havia caído e foi até os corpos de sua aprendiz e Oliver, eles estavam fora de si, aquela era apenas a carcaça e somente uma coisa o trariam de volta: se Melissa achasse as inscrições no paralelo e, do outro lado, o mago deveria dar seu próprio sangue para que eles pudessem se conectar com o mundo.Sem esperar, cortou o dedo com a espada e pingou um pouco de sangue da língua de cada um, agora a esperança de Razar estava na volta de Melissa e Oliver para que a bruxa pudesse ser destruída para sempre.

Comecei a fazer o feitiço e percebi que vovó sabia o que fazer, me perguntei se ela também conhecia as artes mágicas e o porque não saiu do paralelo antes. O tempo corria, mas não pude deixar de expressar minha dúvida a ela e, com todo o pesar e gentileza ela me respondeu:
- Conheço, fui uma grande aprendiz, não de Razar, mas de outros magos que conheci antes de chegar em Adalif, era conselheira e feiticeira do rei, mas fui traída e jogada aos campos. O rei não sabe disso, achou que eu havia morrido, porém, vivi minha vida inteira em Adalif, onde conheci seu avô e tive seu pai. Acabei caindo nas armadilhas da Bruxa pois não tinha mais meu objeto mágico, o qual me tiraram assim que me expulsaram do castelo sem a ciência do Rei.
Eu não disse mais nada. Oliver também escutou a explicação de vovó e estava com a mesma expressão que a minha, muita coisa mudava com aquelas informações.
- Agora escutem, meus queridos - Começou a dizer vovó - Eu não voltarei para o mundo de vocês, meu corpo está morto do outro lado e aqui eu me sinto feliz! Peço para que façam um funeral adequado para mim e não contem a ninguém que me viram e nem sobre nada que viveram, as pessoas não suportam ideias assim.
Assentimos e nos apressamos, o sol estava descendo sobre as montanhas, tudo estava preparado, eu murmurei as palavras da inscrição e me concentrei no meu anel de poder, o anel de outono, que desde criança me envolvera com as forças da natureza. Segurei a mão de Oliver e assim que o sol de pôs por completo eu sussurrei a ultima palavra. Por um instante nada aconteceu, abri os olhos e avistei vovó, linda, jovem e assim que ela me acenou um "tchau" eu senti me corpo sendo puxado e um reviravolta no estômago, uma força me puxou para um vácuo e no outro instante era somente dor novamente. Não soltei as mãos de Oliver.

Razar amarrou a bruxa em um canto da sala enquanto tinha a esperança de Melissa e Oliver voltarem, assim que ouviu um suspiro alto e tosses correu para ajudá-los.
- Pelas barbas de Merlim! Vocês estão bem? - Perguntou o velho. Melissa suspirou alto e levantou-se já pegando a mão de Oliver.
- Nossa, Nossa, Nossa! Estamos vivos, Oliver! Oliver, acorde! - O irmão da camponesa abriu lentamente os olhos e, muito fraco, começou a levantar-se, quando viu a irmã e o mago, abriu um sorriso de alívio, afinal, percebeu que estava vivo.Os dois ficaram de pé rapidamente,ignorando a imensa dor que os afligia, prontos para agir.
- O que faremos agora senhor Razar? - Perguntou Melissa.
- É hora de fazer o ritual para matar a bruxa e você é quem deve fazer isso, Feiticeira.
- Eu vi minha avó, Razar! Eu vi, juro que vi! - interrompeu a camponesa.
- Imagino, imagino, não temos tempo a perder! Oliver, pegue tudo que precisaremos para isso naquele armário, pegue - O velho mago entregou a Oliver um papel com alguns ingredientes.
- Melissa,pegue a espada - A camponesa o fez e no mesmo instante a espada emanou um brilho esverdeado forte e depois apagou-se deixando somente uma sombra verde-claro cada vez que ela golpeava o ar. - Muito bem! Agora escute: Depois de fazer o ritual, você deverá cravar a espada duas vezes no coração da bruxa, o primeiro golpe a levará diretamente para o mundo onde você estava, onde sua avó vive,o segundo golpe a fará desaparecer, mas faça rápido, pois a bruxa pode armar algo naquele mundo também. Ela tentará te enganar. Mas não a ouça.

 

Um comentário:

  1. Olá Tha Santos,
    Só para dizer que continuo acompanhando essa linda história!!
    Beijos

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