quarta-feira, 25 de abril de 2012

CAP. 11 - Once Upon a time

CHAPTER ELEVEN

Eu sabia o que tinha de fazer. Estava fácil, a bruxa estava amarrada, presa, eu só precisava cravar a longa espada com sombras verdes, em minhas mãos, duas vezes no coração da bruxa, fácil. Na teoria.

Melissa segurou firme a espada nas mãos e olhou para o irmão, que deu um aceno de coragem para ela com um olhar firme, olhou para Razar, quem lhe deu um aperto no ombro e sussurrou "força" para ela. Era a hora da decisão, disso ela tinha certeza. Ela foi até a bruxa, segurou  com a mão esquerda bem firme a espada e com um golpe curto, rápido e preciso ela cravou-a no coração da bruxa. Depois disso as cenas foram rápidas. A pele da bruxa clamou por todos os anos que ela esteve jovem, sobrando uma velha, com os olhos sombrios. A bruxa suspirou forte e levantou-se, começou a gritar e debater-se, a sala se encheu de choro, desespero, podia se ver a miséria no rosto fantasmagórico de milhares de camponeses que morreram dedicando-se ao labor incompensado, e em uma voz rouca e rechaçada a bruxa gritava:
- Não, por favor! Eu posso trazer sua avó de volta, mas por favor, deixe eu ficar! - Aquilo paralisou o próximo movimento de Melissa.
Pensou no quanto as coisas poderiam ser melhores se sua avó estivesse ativamente por perto, depois de conhecê-la num segundo plano e ter voltado para o outro torceu o coração da pequena camponesa, pois desejava conhecer melhor a mãe de seu pai, aquela doce mulher que ficou por tanto tempo em casa sem dizer sequer uma palavra, aquelas palavras não ditas deveriam ser recompensadas, deveriam ser compensadas. A bruxa resmungava, falava, esperneava tentando induzir a feiticeira camponesa a fazer o que ela gostaria que fizesse e, de certa forma, as palavras estavam lançadas ao coração da Camponesa, que acolheu-as sem ter intenção e as resguardou no fundo de sua mente.

Eu sabia que não poderia ter minha avó de volta, mas aquilo me paralisou, pois eu queria vovó de volta, todos os anos vendo-a calada, sem muitos movimentos, sem nenhum sorriso sequer, aquela pequena chance te pensar em tê-la conosco em casa, cozinhando, conversando amoleceu meu coração. E eu simplesmente não conseguia matar a única pessoa que poderia transformar isso em realidade. Lembrei de todos os meus ensinamentos com o velho Razar e decidi fazer o que era mais sensato pra mim.

-Amarrem-a, amarrem-a rápido! - A camponesa não conseguiu cravar a espada no coração da bruxa mas a feriu um golpe certeiro no pulso, arrancando-lhe a mão direita. Razar e Oliver fizeram rapidamente o que Melissa havia pedido e a acorrentaram o corpo da velha fazendo-a imóvel. - Porque ela ainda está aqui Razar? Porque ela não foi pro outro mundo?
- Receio que ela tenha se preparado. O primeiro golpe dado somente quebrou o feitiço de beleza e imortalidade dela, agora ela é mortal assim como nós.
- Não quero que ela morra, matá-la seria um favor que faríamos a ela. Ela merece dor, desprezo, merece ser hostilizada. Razar, com tudo que ela fez, as pessoas que morreram repentinamente ao longos dos anos, eu vi, eu vi ao deferir a espada em seu coração na primeira vez, ela não pode sair ilesa disso. Vamos levá-la ao rei e ela ficará no calabouço.
- Você precisa matá-la! - Enalteceu Oliver, que parecia não estar contente com a decisão da irmã - Viva, ela é perigosa demais. - Disse apertando o ombro da irmã. Ela olhou em seus olhos e viu o temor no olhar de seu irmão, mas já estava decidido, o rei precisa saber a verdade.
- Não, Oliver. Me desculpe Razar, minha avó era uma grande feiticeira e conselheira do Reino e essa Bruxa tirou tudo da minha avó, isso não pode ficar assim, o Rei nem sabe que minha avó teve filhos, netos. A esperança do Reino está nas nossas decisões agora.



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